Alemanha congratula-se com libertação de ativista germano-iraniana presa no Irão
"É um grande momento de alegria que Nahid Taghavi possa finalmente abraçar a família novamente", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, numa mensagem nas redes sociais, citada pela agência norte-americana AP.
Baerbock fez acompanhar a mensagem com um 'post' da filha de Taghavi, Mariam Claren, com uma fotografia a abraçar a mãe.
"Acabou-se. Nahid é livre! Após mais de quatro anos como prisioneira política na República Islâmica do Irão, a minha mãe Nahid Taghavi foi libertada e está de volta à Alemanha", escreveu.
Taghavi foi condenada a 10 anos e oito meses de prisão no Irão em 2021.
O grupo de direitos humanos Amnistia Internacional, que fez 'lobby' para a libertação de Taghavi durante anos, também se congratulou hoje com o fim "de mais de 1.500 dias em detenção arbitrária" da ativista.
Taghavi, 70 anos, aterrou na Alemanha no domingo, segundo a Amnistia Internacional.
A ativista foi detida em outubro de 2020 durante uma visita a Teerão e mais tarde condenada a prisão por alegado envolvimento num grupo ilegal e por "propaganda contra o Estado".
Foi mantida incomunicável durante meses e torturada, de acordo com a Amnistia Internacional.
Entre a detenção e o julgamento, "passou mais de sete meses em regime de isolamento", denunciou a organização não-governamental internacional.
Durante esse período, "teve de dormir no chão, sem cama nem almofada, foi vigiada 24 horas por dia, só lhe sendo permitido sair para apanhar ar fresco durante 30 minutos por dia e com os olhos vendados".
Ativistas de direitos humanos e países europeus acusam Teerão de deter dezenas de estrangeiros sob falsos pretextos, numa estratégia de tomada de reféns para obter concessões do Ocidente.
Outro cidadão germano-iraniano, Jamshid Sharmahd, que se destacou por fazer declarações hostis ao regime iraniano em canais por satélite em língua persa, morreu no final de outubro numa prisão no Irão.
O Irão, que inicialmente anunciou a execução de Sharmahd, admitiu depois que a morte tinha acontecido anteriormente, sugerindo causas naturais.
O anúncio, feito a 28 de outubro, provocou uma crise diplomática com Berlim, que chamou de volta o seu embaixador em Teerão e fechou três consulados iranianos na Alemanha.
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